História
A doença foi descrita pela primeira vez em 1868, pelo médico neurologista francês Jean Martin Charcot, que observou que pacientes portadores de sífilis terciária apresentavam uma osteoartropatia destrutiva que afetava as articulações.
Já em 1936, Willian Riely Jordan fez a primeira correlação entra a Artropatia e o Diabetes.
Definição
A Artropatia de Charcot é uma doença crônica, destrutiva dos ossos e articulações, que causa deformidades osteoarticulares em pacientes com neuropatia.
A neuropatia é uma condição que acomete o funcionamento dos nervos periféricos, podendo afetar tanto a parte de sensibilidade quanto nossa motricidade (movimentos).
Causas
As causas estão relacionadas com a presença de desordens neurológicas, sendo a principal delas o Diabetes.
Outras desordens neurológicas que podem levar à Artropatia de Charcot são:
Epidemiologia
A Artropatia de Charcot é mais comum em pessoas entre 50 a 60 anos de idade. Geralmente, acomete pacientes que já possuem pelo menos 10 anos de diagnóstico do Diabetes.
Apesar da doença já ter sido descrita em articulações como joelho, quadril e punho, a Artropatia de Charcot afeta preferencialmente os pés e tornozelos, podendo ser bilateral em até 10 % dos casos.
Em estágios mais avançados, o desabamento da estrutura óssea pode causar deformidade em que o pé fica com uma convexidade na região plantar, conhecida como pé em “Mata-Borrão”.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado levando-se em consideração três aspectos: exame físico, exames laboratoriais e exames de imagem.
No exame físico, o pé apresenta edema (inchaço), vermelhidão e aumento de temperatura em relação ao lado não acometido. A queixa de dor pode ou não estar presente. Essas alterações inflamatórias são mais comuns nos estágios iniciais da doença (fase 0 e 1) e diminuem conforme o passar do tempo.
Entre os exames laboratoriais, alterações podem ser encontradas no leucograma, dosagem de proteína C reativa e Velocidade de Hemossedimentação. Esses exames também são importantes para diferenciar a Artropatia de outras doenças infecciosas que podem se apresentar de forma parecida, como a celulite infecciosa, por exemplo.
Quanto aos exames de imagem, as radiografias auxiliam na avaliação das alterações ósseas presentes na doença, mas podem ser normais em estágio iniciais. A ressonância magnética é outro exame de imagem que pode auxiliar na detecção precoce de alterações ósseas que ainda não aparecem nas radiografias.
Estágios da Artropatia de Charcot
A doença pode ser dividida em alguns estágios de evolução, de acordo com a classificação de Eichenholz.
Cada estágio possui características próprias, que ajudam a entender a progressão da doença:
Estágio 0 – Inflamação
Estão presentes as características inflamatórias observadas no exame físico: edema (inchaço), vermelhidão e aumento de temperatura local. Geralmente não se notam alterações nas radiografias.
Estágio 1 – Fragmentação
As alterações clínicas inflamatórias ainda estão presentes. Já é possível observar algumas alterações nas radiografias, como fragmentações no osso subcondral, corpos livres periarticulares e subluxações. A estrutura óssea do pé começa a “desabar”.
Estágio 2 – Coalescência
As alterações inflamatórias começam a diminuir. Nas radiografias, é possível notar a reabsorção de fragmentos ósseos e a fusão de articulações do pé.
Estágio 3 – Consolidação
As alterações clínicas inflamatórias já não estão presentes. O pé apresenta um desabamento da sua estrutura óssea e as deformidades já estão estabelecidas. Na radiografia, observamos anquiloses e alterações ósseas sequelares.
Tratamento
O tratamento da Artropatia de Charcot deve ser individualizado para cada caso, e pode ou não envolver cirurgia.
O tratamento nem sempre tem a finalidade de corrigir as deformidades que são causadas pela Artropatia de Charcot. Por outro lado, o objetivo do tratamento é manter o pé funcional (permitir apoiar o peso do corpo e andar), estável, capaz de receber órteses e calçados adequados, e livre de úlceras e infecções.
As abordagens não cirúrgicas envolvem medidas que restringem a carga no pé acometido. Para isso, podem ser utilizadas órteses suropodálicas personalizada e botas de gesso de contato total. Também é fundamental manter o acompanhamento clínico rigoroso do Diabetes, com controle adequado dos níveis glicêmicos.
O tratamento cirúrgico envolve diversos tipos de procedimentos, que podem ser combinados: ressecções ósseas, artrodeses, beaming, fixadores externos. A cirurgia também tem o objetivo de restabelecer a funcionalidade do pé, o que pode envolver a correção da deformidade ou não.
As alterações ósseas e articulares presentes na Artropatia de Charcot são complexas e somam-se aos riscos relacionadas ao Diabetes (vascularização ruim dos tecidos, pior cicatrização, risco de infecções), o que pode levar a complicações catastróficas no pós operatório.
Portanto, é importante ressaltar que a indicação do tratamento cirúrgico para a Artropatia de Charcot deve considerar muito bem os riscos e benefícios e ser planejada cuidadosamente para cada caso.
Você apresenta sintomas de Artropatia de Charcot?
Procure o ortopedista especialista em pé e tornozelo. Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de sucesso do tratamento!
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