Artropatia de Charcot: o que é, causas, sintomas e tratamento

artropatia de charcot

A Artropatia de Charcot, também conhecida como "pé de Charcot", é uma condição grave que afeta as articulações, principalmente do pé e tornozelo.

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Ela causa a destruição dos ossos e articulações, resultando em deformidades que podem comprometer a mobilidade e qualidade de vida.


Neste artigo, vamos conhecer as causas, os sintomas e os tratamentos disponíveis para essa condição, usando uma linguagem clara e acessível.

Qual médico trata Artropatia de Charcot?

A Artropatia de Charcot é tratada pelo ortopedista, especialmente aqueles com especialização em pés e tornozelos.


Esses especialistas são os mais indicados para diagnosticar e tratar essa condição, uma vez que ela afeta principalmente os ossos e articulações do pé. 

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O Dr. Felipe Serzedello é referência no tratamento ortopédico de condições que afetam o Pé e Tornozelo, inclusive a Artropatia de Charcot.


Formado pela USP, o Dr. Felipe tem experiência no tratamento dos casos mais leves ao mais complexos.


Veja alguns depoimentos de seus pacientes:

História da Doença

Jean Martin Charcot

A Artropatia de Charcot foi descrita pela primeira vez pelo neurologista francês Jean-Martin Charcot no século XIX.


Ele observou que essa doença acometia pacientes com sífilis em estágio avançado, quando o sistema nervoso já estava afetado.


Já em 1936, Willian Riely Jordan fez a primeira correlação entra a Artropatia e o Diabetes.



Com o tempo, a doença passou a ser mais associada a pessoas com diabetes.


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Definição

A Artropatia de Charcot é uma doença que provoca a destruição progressiva das articulações e ossos, especialmente nas extremidades, como o pé.


Isso acontece principalmente devido à perda de sensibilidade nos nervos dessas áreas, o que impede o paciente de perceber lesões e fraturas que se agravam ao longo do tempo.

Fatores de Risco

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da Artropatia de Charcot são:


  • Diabetes de longa duração, principalmente em pessoas que têm neuropatia (perda de sensibilidade nos nervos)


  • Lesões anteriores nos pés ou tornozelos



  • Doenças que afetam o sistema nervoso, como hanseníase ou sífilis


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Causas

A principal causa da Artropatia de Charcot é a neuropatia, uma condição em que os nervos perdem a capacidade de enviar sinais de dor e pressão.


Sem sentir dor, o paciente pode continuar andando ou colocando peso sobre uma articulação lesionada, agravando a condição sem perceber.


Isso leva a microfraturas e, eventualmente, à deformidade do pé.


As principais causas de neuropatia, e que podem levar à Artropatia de Charcot são:


  • Diabetes


  • Hanseníase



  • Intoxicação alcoólica


  • Espinha bífida


  • Mielomeningocele


  • Paralisia cerebral
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Fisiopatologia – Como a Artropatia de Charcot ocorre

A fisiopatologia da Artropatia de Charcot envolve a combinação de perda de sensibilidade nos nervos (neuropatia) e o trauma repetitivo nas articulações.


Sem sentir dor ou desconforto, o paciente não percebe as microlesões que se acumulam, levando à degradação das estruturas ósseas e articulares.

pé de Charcot

Epidemiologia

A Artropatia de Charcot é mais comum em pessoas com diabetes tipo 1 ou tipo 2 que sofrem de neuropatia.

 

A faixa etária mais comum é em pessoas entre 50 a 60 anos de idade. Geralmente, acomete pacientes que já possuem pelo menos 10 anos de diagnóstico do Diabetes.


Estima-se que entre 0,1% e 0,9% dos diabéticos venham a desenvolver essa condição em algum momento de suas vidas.


Apesar da doença já ter sido descrita em articulações como joelho, quadril e punho, a Artropatia de Charcot afeta preferencialmente os pés e tornozelos, podendo ser bilateral em até 10 % dos casos.


Embora seja rara em pessoas sem diabetes, pode ocorrer em casos de outras doenças que afetam o sistema nervoso.

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Apresentação Clínica

A Artropatia de Charcot geralmente ocorre de forma gradual e pode ser confundida com outras condições, como infecções ou inflamações.

 

Os principais sinais e sintomas incluem:



Inchaço (edema):


Um dos primeiros sinais é o aumento de volume no pé ou tornozelo, que pode ser significativo e persistente.


Vermelhidão e calor local:


A área afetada pode ficar avermelhada e quente ao toque, muitas vezes simulando uma infecção.


Dor (ou ausência dela):


Em muitos casos, devido à neuropatia (perda de sensibilidade), o paciente não sente dor, mesmo com a presença de lesões ósseas graves. Em outros casos, pode haver uma leve sensação de desconforto ou dor.


Deformidade progressiva:


Conforme a doença avança, o pé começa a perder sua forma normal, levando a deformidades significativas, como o chamado "pé em mata-borrão" (colapso do arco plantar).


Dificuldade para caminhar:

 

Com o agravamento da condição, o paciente pode apresentar dificuldade na mobilidade, claudicação (mancar) ou até a incapacidade de colocar peso no pé.


Perda de estabilidade:


A articulação afetada pode se tornar instável, o que aumenta o risco de quedas e novas lesões.

pé em mata borrão

Diagnóstico

O diagnóstico é realizado levando-se em consideração três aspectos: exame físico, exames laboratoriais e exames de imagem.


No exame físico, o pé apresenta edema (inchaço), vermelhidão e aumento de temperatura em relação ao lado não acometido.

A queixa de dor pode ou não estar presente.


Essas alterações inflamatórias são mais comuns nos estágios iniciais da doença (fase 0 e 1) e diminuem conforme o passar do tempo.

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Exames

Laboratoriais


Entre os exames laboratoriais, alterações podem ser encontradas no leucograma, dosagem de proteína C reativa e Velocidade de Hemossedimentação.


Esses exames também são importantes para diferenciar a Artropatia de outras doenças infecciosas que podem se apresentar de forma parecida, como a celulite infecciosa, por exemplo.


Imagem


Quanto aos exames de imagem, as radiografias auxiliam na avaliação das alterações ósseas presentes na doença, mas podem ser normais em estágio iniciais.


A ressonância magnética é outro exame de imagem que pode auxiliar na detecção precoce de alterações ósseas que ainda não aparecem nas radiografias.


Já a ultrassonografia é usada para avaliar o fluxo sanguíneo na região afetada.

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Classificação

A doença pode ser dividida em alguns estágios de evolução, de acordo com a classificação de Eichenholz.


Cada estágio possui características próprias, que ajudam a entender a progressão da doença:


Estágio 0 – Inflamação


Estão presentes as características inflamatórias observadas no exame físico: edema (inchaço), vermelhidão e aumento de temperatura local. Geralmente não se notam alterações nas radiografias.


Estágio 1 – Fragmentação


As alterações clínicas inflamatórias ainda estão presentes. Já é possível observar algumas alterações nas radiografias, como fragmentações no osso subcondral, corpos livres periarticulares e subluxações. A estrutura óssea do pé começa a “desabar”.


Estágio 2 – Coalescência


As alterações inflamatórias começam a diminuir. Nas radiografias, é possível notar a reabsorção de fragmentos ósseos e a fusão de articulações do pé.


Estágio 3 – Consolidação


As alterações clínicas inflamatórias já não estão presentes. O pé apresenta um desabamento da sua estrutura óssea e as deformidades já estão estabelecidas. Na radiografia, observamos anquiloses e alterações ósseas sequelares.

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Quando Procurar um Especialista

Se você é diabético e notar inchaço, vermelhidão ou sentir que seus pés estão deformando, é importante procurar um ortopedista especialista em Pé o quanto antes.


O diagnóstico precoce pode prevenir complicações mais graves e preservar sua mobilidade.

Tratamento 

cirurgia pé de charcot

O tratamento da Artropatia de Charcot deve ser individualizado para cada caso, e pode ou não envolver cirurgia.


O tratamento nem sempre tem a finalidade de corrigir as deformidades que são causadas pela Artropatia de Charcot.

 

Por outro lado, o objetivo do tratamento é manter o pé funcional (permitir apoiar o peso do corpo e andar), estável, capaz de receber órteses e calçados adequados, e livre de úlceras e infecções.


Não Cirúrgico


As abordagens não cirúrgicas envolvem medidas que restringem a carga no pé acometido.


Para isso, podem ser utilizadas órteses suropodálicas personalizada e botas de gesso de contato total.


Também é fundamental manter o acompanhamento clínico rigoroso do Diabetes, com controle adequado dos níveis glicêmicos.


Cirurgia


A cirurgia também tem o objetivo de restabelecer a funcionalidade do pé, o que pode envolver a correção da deformidade ou não.


Em casos mais graves, onde a deformidade já está avançada ou quando o tratamento conservador não é eficaz, a cirurgia pode ser necessária.


As opções incluem:


  • Artrodeses: Técnica que une os ossos para estabilizar a articulação.


  • Osteotomias: Realinhamento dos ossos para corrigir deformidades.


  • Fixação interna: Utilização de pinos e placas para corrigir fraturas.


As alterações ósseas e articulares presentes na Artropatia de Charcot são complexas e somam-se aos riscos relacionadas ao Diabetes (vascularização ruim dos tecidos, pior cicatrização, risco de infecções), o que pode levar a complicações graves no pós operatório.

 

Portanto, é importante ressaltar que a indicação do tratamento cirúrgico para a Artropatia de Charcot deve considerar muito bem os riscos e benefícios e ser planejada cuidadosamente para cada caso.

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Complicações

As complicações da Artropatia de Charcot incluem:


Deformidades graves no pé que dificultam o caminhar.


Úlceras e feridas que podem infeccionar.



Amputações em casos extremos, quando o tratamento não é eficaz e as infecções se tornam graves.


Conclusão

A Artropatia de Charcot é uma condição que pode ter um impacto sério na vida do paciente se não for diagnosticada e tratada precocemente.


Se você ou alguém que você conhece tem diabetes ou outros fatores de risco, é importante ficar atento aos sinais de inchaço, vermelhidão ou deformidades nos pés.


O tratamento adequado pode ajudar a prevenir complicações graves e garantir uma melhor qualidade de vida.



A saúde dos seus pés é importante – consulte com Ortopedista Especialista em Pé!

 


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